Sobre os Erros que cometemos

Tenho pensando muito sobre erros. Aqueles que vêm de uma deslizadela, outros que vêm de escolhas equivocadas, outros que partem das próprias limitações que temos. Pensado tbm na conotação negativa que recebemos da sociedade e de nossos pais sobre o “quão ruim é errar”. Talvez seja mesmo em algumas situações específicas, mas mesmo nelas é possível perceber as frestas que ficam e criar algo ali dentro.

Talvez erro seja isso, as lacunas criadas originando um vazio cheio de uma potência de se re-aver, se virar no avesso para descobrir o que surge dali. Um vazio que é caminho para universos múltiplos. Se nossa condição humana nos permite a falha é porque ela já a fez pensando em imbricar um espaço para vermos o que há entre um ponto e outro para ser possível a criação. Criação essa que somos produtos desde que nascemos e que a reverberamos nas fantasias, sonhos, ideias e brincadeiras.

Como criar se não há espaço? Os sonhos surgem da falha que precisa ser elaborada, as brincadeiras dos espaços que ficaram ocos e tentamos dar destinos. As ideias daquilo que falta no mundo. Construímos nossa subjetividade tbm nos ocos que nossos pais nos deixaram. Se nascemos predispostos a errar também é certo dizer que carregamos o potencial para criar e recriar com as lacunas que o erro deixa.