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O Supremo Outro Idealizado

  • Foto do escritor: Débora de Cássia Martins
    Débora de Cássia Martins
  • 28 de dez. de 2021
  • 1 min de leitura

Muitas vezes colocamos o Outro como alguém superior, detentor de um conhecimento e um poder além do nosso. Esse Outro detém aquilo que nos falta e se torna alguém digno de ser venerado.

E dói quando nos deparamos com a realidade de que o outro não é perfeito, de que há uma falta nele e que essa falta respinga para fora. Dói perceber que não há completude, que não há alguém que nos salve de nós mesmos e o que nos resta é um caminho a duas pernas.

Esse olhar idealizado é um maneira de nos defendermos de olhar para a escuridão que nos habita. Se há alguém tão maravilhoso lá fora é possível que eu também seja detentor da plenitude de todos os bons sentimentos. Buscamos prezar por aquela posição de inocência de que o que nos habita é bom, sem falha. Fugimos de perceber o bestial que nos habita - e habita a todos. E, por ser difícil reconhecermos isso se torna mais dolorido quando topamos de cara no Outro.

Será que o que me habita é parecido com o que ali vejo? Assustados que a resposta confirme corremos.

Corremos do Outro numa tentativa de deixarmos para trás o animalesco que vemos, sem perceber que a Fera habita nosso ser.

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