Nossas emoções não são nossas inimigas
- Débora de Cássia Martins
- 28 de dez. de 2021
- 2 min de leitura
Por mais que algumas emoções sejam dolorosas e desconfortáveis isso não as faz nossas inimigas.
Crises de ansiedade, angústia profunda, a tristeza que parece que vai nos tragar, a raiva que surge como um vulcão em erupção ou a dor do luto. Todas elas são nossas, fazem parte da nossa humanidade, e não precisam ser caladas com remédios ou sofrerem a dor da nossa rejeição. Elas existem e buscam por um espaço onde possam ser ouvidas e acolhidas. Elas trazem consigo uma mensagem muito importante de que as emoções é que nos permitem o crescimento e o amadurecimento.
Deixar essas emoções de ladinho, como se não existissem faz com que elas adoeçam cada vez mais. Elas precisam de oxigênio, carinho e um bom copo de café. E por mais que soe antagônico, é somente quando abrimos o coração para abraçar essas dores é que se abre a possibilidade de transformação.
Fugir da dor do luto tentando se esconder numa faixada de alegria não vai curar a saudade de se ter a pessoa amada ao lado; mas olhar para ela pode abrir a possibilidade de seguirmos nossa vida honrando quem se foi de diferentes formas.
Fingir que a tristeza não existe não trará a alegria para mais perto; mas olhar para ela pode tirar lágrimas de
nossos olhos que irriguem nosso jardim, nascendo novas flores e novos caminhos.
Tomar remédios para calar o grito da angústia ou da ansiedade dentro de nós não vai fazer com elas deixem de existir; mas acolhe-las pode nos levar a entender aquilo que realmente desejamos e aprender o desapego.
Calar nossas emoções é nos violentar mais uma vez; que possamos olhar com compaixão cada sentimento que se manifesta; que possamos estar abertas para acolher as mensagens que cada uma trás.
E se for preciso, pedir ajuda para conseguir olhar para elas.
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