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E o que seria a Psicanálise?

  • Foto do escritor: Débora de Cássia Martins
    Débora de Cássia Martins
  • 28 de dez. de 2021
  • 2 min de leitura

Difícil nomear o que é Psicanálise, mas quero fazer a tentativa. A priori existem 7 escolas psicanalíticas e esse pequeno texto se norteia um pouco mais pela escola bioniana e pelas construções que perpassam a autora.


1. Cada escola psicanalítica uma cria um arcabouço de ideias que divergem um pouco uma da outra, mas todas carregam consigo elementos essenciais entre si: ideia do inconsciente, ética que sustenta a prática clínica, trabalho frente a transferência e contratransferência.


2. A Psicanálise é um caminho terapêutico que visa olhar para além da superfície, trazendo à luz (e para o sujeito pensar) as ações inconscientes (e habituais) que o levam a fazer o que faz e que lhe causa dor.


2.1 Esse é um ponto importante: a Psicanálise pensa o inconsciente a partir da dor do sujeito. Se algo não causa incomodo, porque, oras bolas, se haverá de escarafunchar o ato inconsciente? A Psicanálise não trabalha com normatividade, isso que dizer que não há um jeito de ser humano, um jeito de se sentir a dor e de se lidar com ela. Todo ato é subjetivo e cabe ao sujeito nomear a dor ou o incômodo. Não é da alçada da Psicanálise dizer o que é o que não é.


3. Como um método terapêutico que visa o nomear os sentimentos para que o sujeito pense suas experiências ela não é um sistema de adivinhação que traz todas as causas para os problemas que as pessoas enfrentam. Isso é falacioso e impossível. Podemos conjecturar ideias e possibilidades que podem fazer sentido ou não para o sujeito que está em processo de análise, mas nunca foi intenção da Psicanálise fazer um mapa sobre as origens de tudo que nos sucede.


4. É importante ter respostas? Depende da pessoa que pergunta isso. Talvez seja importante para ela ou não. Saber da realidade e da verdade que se passou é impossível, mas as palavras chegam e trazem uma possibilidade de resposta que às vezes acalma e dá sentido para a dor.


4.1 O que importa não é saber de todo o fato ocorrido, mas o sentido que podemos dar a ela para destinar a dor a outro lugar.


5. O processo de análise leva um tempo considerável sim. Não se engane que em 2 ou 3 meses tudo estará ok. Pode ser que nesse tempo algo que dói encontre sentido e descanse, mas uma vida de relações dolorosas, choros interrompidos não são pensados em 4 ou 8 sessões. Qual o medo em que o processo seja longo? De se relacionar emocionalmente e profundamente com o analista? Medo de que o tempo mostre quem você realmente é?


6. Sobretudo um encontro psicanalítico é um encontro entre duas mentes/inconscientes que vivenciam uma experiência emocional profunda e reparadora.



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