Quando sofrer se torna identidade
- Débora de Cássia Martins
- 25 de jul. de 2024
- 1 min de leitura
Quando as experiências na vida foram majoritariamente de dor e sofrimento a única experiência esperada é de dor e sofrimento. A pessoa pode se identificar tanto a ponto de se apresentar (somente) a partir desse lugar de dor, sofrer e angústia. E os caminhos acabam sempre num lugar que reafirma essas experiências, e experimentar algo diferente pode ser realmente algo difícil.
Para que uma abertura a esse desfrute aconteça é preciso se aliar a "parte saudável" da personalidade, onde boas e significativas experiências possam ser aproveitadas, ao invés de destruídas (algo que o senso comum denomina 'se autoboicotar').
É essa parte mais saudável que vai 'segurar' a outra que tende a atitudes de autodestruição para se manter em um lugar psíquico conhecido, aquele em que a dor crava no peito, tira lágrimas e que pode explodir em raiva.
Conforme vai havendo mais e mais experiências boas, mais essa parte saudável vai se fortalecendo e menos identificação com o sofrimento vai havendo.
O sofrimento se torna parte da vida e não uma marca de ferro quente sobre toda as experiências/ideias/pensamentos sobre a vida.
Abre-se um espaço para que outras vivências - que não apenas dor e sofrimento - aconteçam.
A vida ganha mais tonalidades e cores.
A vida ganha mais sentido.

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