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Música Forever Young e a adolescência

  • Foto do escritor: Débora de Cássia Martins
    Débora de Cássia Martins
  • 28 de dez. de 2021
  • 2 min de leitura

A música da banda Alphaville, Forever Young, conversa com alguns aspectos da fase da adolescência – que cá entre nós é uma fase bem desafiadora. Podemos começar pelos aspectos ora pessimistas ora idealistas sobre o futuro que se misturam a uma confusão com as figuras de autoridade, mas que ao mesmo tempo mostra a necessidade de uma figura de liderança que ajude na caminhada, mas que não dite as regras.

A frase “Brincando numa caixa de areia, a vida é uma viagem curta; E a música é para pessoas tristes”, me soa fortemente como um luto sendo vivido pela perda da fase da infância, das brincadeiras, das certezas que regiam. Esse luto conversa com uma dificuldade de assimilação temporal, no qual me leva a questionar se é na adolescência que o tempo é de fato assimilado (e se seria nesse momento que, de fato, crises de ansiedade tomam pigmentação mais acentuada), por isso essa confusão entre passado e futuro. Me parece que sim, que é na adolescência que esse entendimento temporal se consolida, ou ao menos, a música me diz isso, onde se fundamenta no refrão ao retratar a dificuldade que muitos adolescentes vivem em relação a uma realidade objetiva. Corroborando esse pensamento, Alphaville ainda canta no refrão a quase concretude da condição eterna das situações, dando o tom de que nada passará, algo que é absurdamente vivo para os adolescentes. Já ouço em coro “Forever Young I want to be, Forever Young”.

Além disso eles colocam algo elementar para os adolescentes: a busca de uma identidade, uma ideologia que fanjoça sentido; uma sensação de super poderes para transformar todo o concreto naquilo que se deseja. Aspectos vivos que sobressaem em uma revolução – me faz lembrar as ideias de mudança social que vão mudando conforme as gerações, sendo hoje – acredito eu – muito mais ligadas a vivência de escolhas subjetivas como orientação sexual e quebra de paradigmas do que os ideias de gerações passadas que estavam mais ligadas à liberdade sexual e mudança política.

Ainda que essa música seja de 1984 ela continua a falar sobre os adolescentes do século XXI, já que as mudanças vivenciadas nesse período são “universais e independentes do ambiente sociocultural” (Knobel apud Muss, 1981, p. 25).

Referências:

ABERASTURY, Arminda & KNOBEL, Mauricio. Adolescência Normal. Ed. Artmed, 1981)

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